quinta-feira, 14 de abril de 2011

A tradição na literatura de Ana Maria Machado

Há muito tempo estou para falar aqui das narrativas da tradição oral que ganharam registros de diversos autores. Contos de fadas, fábulas, aventuras fantásticas do tempo que os animais falavam, histórias de nossa floresta, enfim, as narrativas que passam de geração em geração e ganham um ponto a cada nova versão e encantam a todos nós, adultos ou crianças. Muitas vezes essas narrativas são vistas como literatura menor e desprezadas na hora de se escolher um livro. Mas, vamos combinar, não há coisa melhor do que ouvir uma bela história de macaco ou de onça; de leão e ratinho; de jacaré; e de bruxas, princesas e seres fantásticos. Por isso, toda vez que posso compro um novo exemplar de histórias tradicionais. Mais legal ainda é que estas histórias ganham roupa nova dependendo do autor que as conte. Ana Maria Machado nos presenteou com várias delas na coleção Histórias à Brasileira, editada pela Companhia das Letrinhas e delicadamente ilustradas por Odilon Moraes. Ela nos apresenta um cardápio variado de histórias nos quatro volumes da coleção que vão desde as do folclore caboclo até as de tradição européia. Eu e o Pedro não nos cansamos de ler e o Antônio começa a ser iniciado. O primeiro volume então, o preferido do meu filho mais velho, nos fez companhia em várias noites em que lemos com prazer as histórias O veado e a onça e Bicho folhagem. Eu adoro outras, como Dona Baratinha, A Festa no Céu e o Boneco de Piche, algumas das histórias que entraram na minha vida pelos disquinhos coloridos de Braguinha. Nada melhor do que os sapinhos da Festa no Céu cantando "Quatro com quatro, quatro, com mais quatro, quatro" e o mestre sapo corrigindo: "Tá errado!". A prosa de Ana Maria e o respeito que ela tem por estas histórias, na maioria recolhidas por Câmara Cascudo de nossa tradição oral, já valem os livros que, por todas estas qualidades, ganharam o selo de Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. "Que as crianças de hoje descubram o fascínio de voltar muitas e muitas vezes a estas histórias incomparáveis, fruto da sabedoria popular acumulada em geração de narradores anônimos que coletivamente foram criando esse fastástico patrimônio que nos coube de herança e não tem preço", diz a premiada autora, dona da cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras devido à sua dedicação à literatura infantil e juvenil. Que nos venham outras.

2 comentários:

CRISTINA SÁ disse...

LUCIANA,
Eu também adoro estas histórias
tradicionais.Este livro da Ana Maria Machado que narra estas histórias à moda brasileira é
sensacional. Boa lembrança!
bjs
CRISTINA SÁ do blog:
http://cristinasaliteratura infantilejuvenil.blogspot.com

CRISTINA SÁ disse...

LUCIANA,
Estou de volta. Gostaria de agradecer a visita ao meu blog e
também o comentário.
Tenho procurado divulgar peças
teatrais infantis que sejam
adaptadas de obras literárias.
Você tem razão. Alguns espetáculos
são bem fracos. Um bom texto é a
garantia de um bom espetáculo.
Até agora, divulguei peças nas
cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.
RJ-PLANETA LILÁS (ZIRALDO)
TEM BOLA NA COLA (LA FONTAINE)
PASSARIM (VINÍCIUS DE MORAES /
CHICO BUARQUE)
BH-O CONTO DA ILHA DESCONHECIDA
(JOSÉ SARAMAGO)
SP-TEM MAIS ACABOU(RICARDO AZEVEDO)
A BRUXINHA ATRAPALHADA (EVA
FURNARI)
MARCELO,MARMELO, MARTELO (RUTH
ROCHA)
As 2 peças publicadas hoje -
PANOS E LENDAS/AVOAR(programação
SP) não seguem este critério.
Publiquei por que eu acompanho o
blog/site do grupo CIA PIC NIC.

Pode deixar que publicarei o que
for interessante.
bjs
CRISTINA SÁ do blog:
http://cristinasaliteraturainfantil
ejuvenil.blogspot.com