segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A hora de dormir é sempre igual

Confesso que detesto por meus filhos para dormir. Gosto de ler histórias, mas convencê-los a dormir é para mim um suplício. O Pedro já se rende ao sono. Aí não me importo. A gente deita, lê uma história e ele acaba dormindo, muitas vezes até antes de eu terminar a leitura. Já o Antônio, com seus três aninhos, luta com todas as suas forças contra o sono. Tem dias que eu passo mais de uma hora para fazê-lo dormir e só consigo que feche os olhos depois de perguntar a razão de ele não querer dormir. A razão, responde o Antônio, é sempre a mesma. Medo de sonhar com o LOBO, assim mesmo com maiúscula. Eu o acalmo sempre com a mesma conversa. "Quando o Lobo aparecer, fala que sua mãe não o quer em seu sonho. Os lobos têm medo das mães. Você vai ver que ele vai correndo embora. Já tentou falar isso com ele?" Invariavelmente ele diz que não e cai na minha conversa, se ajeitando na cama ou no chão - que ele adora - para dormir. Por esta razão eu vibrei ao achar outro dia nas estantes da Livraria Martins Fontes, no Centro,o livro Como os dinossauros dizem boa noite?, de Jane Yolen, com ilustrações de Mark Teague. A escritora americana usa o fascínio que os dinossauros exercem sobre as crianças para recriar a resistência dos pequenos ao sono. Os dinossauros, pergunta ela, berram, fazem manha, jogam os brinquedos na parede, pedem mais uma história? Não, conclui na narrativa, eles dão beijinhos gostosos na mamãe e no papai, apagam a luz, vão para a cama e se cobrem sozinhos para dormir uma noite tranquila de sono. Quem dera fosse assim, o Antônio pede mais uma história, chora, grita e quando se vê vencido, já com a luz apagada, implora por água, dizendo estar com muita sede. Meu único alento é que, com certeza, meu dinossauro é como todos os outros. Estranhos são estes do livro de Jane Yolen, que, brincando com a imagem refletida no espelho, diverte mães e crianças na hora de dormir.

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