Sempre evitei escrever aqui sobre histórias que eu não tenha lido para os meus filhos. Mas hoje vou quebrar esta regra, que eu mesmo impus para o blog, para falar de um livro destinado a um leitor mais velho e mais maduro do que meus filhos, que têm apenas 3 e 9 anos. Sete ossos e uma maldição, de Rosa Amanda Strausz, editado pela Rocco Jovens Leitores, foi uma bela descoberta que me chegou pela Flist (Festa Literária de Santa Teresa), onde conheci a autora, Aliás, vale lembrar, ela é uma simpatia com seus leitores. Eu ainda não o li para o Pedro por temer sua reação, já que o livro traz dois temas difíceis para meu filho: a morte e o sobrenatural. Outra razão é que Sete ossos e uma maldição é um livro para cada um vencer com suas próprias pernas. Digo vencer porque a narrativa de Rosa Amanda cria uma tensão que mobiliza até a nós, adultos, e alimenta nossa vontade de seguir em frente, como os personagens dos contos do livro. O universo do livro, segundo a própria autora disse na Flist, são os contos populares e os mitos passados de geração em geração, que tanto assustaram crianças de outros tempos. Acho que isso explica a escolha de Rosa Amanda em ambientar suas histórias em pequenas cidades ou lugarejos rurais, em que crianças e jovens podem experimentar a liberdade e seguir adiante na busca de saciar a curiosidade. Este ímpeto é que faz com que as crianças, personagens de Rosa Amanda, se defrontem com o perigo e o sobrenatural. A única exceção é o conto O elevador que se passa na cidade grande e tem um prédio elegante e decadente como cenário da história. A prosa de Rosa Amanda cria um clima de mistério e tensão que tem seu clímax no momento em que o protagonista se defronta com o que tanto teme. A curiosidade é punida, assim como manda a cultura popular e os mais famosos contos de terror. Do outro lado, o leitor é impelido a continuar. Rosa vai construindo o medo aos poucos, com pequenos detalhes e muitas omissões, que ficam ainda mais claras no momento do desfecho dos contos. O momento em que o protagonista se defronta com o que tanto teme, a narrativa fica cheia de lacunas, de forma a criar ainda mais ansiedade no leitor. Mas em nosso caso, avançar na leitura é ter a garantia de uma boa história. Por isso, torço para que o Pedro consiga em breve conviver com seus medos para descobrir o prazer de ler uma boa história de terror.
Adoro esse livro!
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