sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A alegria de ser criança

Descobri O pequeno Nicolau com o maravilhoso filme de Laurent Tirard. Ri muito e saí do cinema de alma lavada e certa de que meu filho, Pedro, iria adorar a divertida turma do Nicolau. Minha mãe se encarregou de levá-lo para ver o filme, junto com o Antônio, que, com apenas três anos, está sempre mais interessado na pipoca, no mate e nas balas, com que se delicia nas duas horas de projeção, do que na história. Não raro, no meio do filme, pede para ir ao banheiro descarregar tanta informação. Já o Pedro, como eu previra, amou a história. Amou tanto que comecei a ler com ele o primeiro livro da série escrita por René Goscinny e ilustrada por Jean-Jacques Sempé. A gente está terminando o primeiro dos seis livros da série traduzidos e editados no Brasil pela Martins Fontes e pela Rocco Jovens Leitores. Nicolau é um daqueles personagens que encarnam um ideal de infância que o mundo moderno está soterrando com tantas e variadas informações e opções de consumo. É uma criança deliciosa em sua irresponsabilidade e ingenuidade e suas aventuras são pontuadas com os desenhos em bico de pena de Sempé, quem, na realidade, pariu o menino nos idos de 1950. Nicolau foi, em seus primeiros dias, um dos personagens do cartunista e só passou a protagonista depois que René Goscinny,  autor do delicioso Axterix, propôs uma parceria a Sempé. Assim surgiram Nicolau e seus amigos. Alceu, o comilão, que conquistou o Pedro por sua semelhança com o Antônio, Clotário, o pior aluno da classe, Agnaldo, o queridinho da professora, Godofredo, o filho do milionário, e outras crianças. O resultado da soma de todas, tirada uma média ponderada, se parece muito com os nossos filhos. Uma turminha que apronta e nos faz rir de chorar, nos impedindo de esquecer de vez a alegria de ser criança.

Um comentário: