sábado, 22 de outubro de 2011

Um céu de estrelas para um conto de amor

Eu sempre adorei mitologia grega e seu universo de deuses e semideuses. Na minha infância e adolescência, li e reli livros em que os principais personagens da mitologia grega eram apresentados. Sonhava, ao ver programas de TV que propunham viagens no tempo, viver na Grécia de belos homens e mulheres convivendo com os deuses em histórias heróicas. Mas somente quando cresci e entrei na faculdade, entendi que era através desses mitos que os gregos organizavam simbolicamente o mundo dos mortais. Aquelas histórias fantásticas davam corpo aos valores que lhes eram caros e às condutas desprezíveis. Foi então que aquele encantamento juvenil me ajudou a começar a desvendar o mundo em que eu vivia, herdeiro daquela tradições. Não à toa, assim que o Pedro cresceu um pouquinho, passei a comprar livros com adaptações dos mitos gregos para crianças. Até que um dia me deparei na estante de uma livraria com Psiquê, de Angela Lago, editado pela Cosac Naify. O livro era recém lançado e me encantou, apesar da quase certeza de que o Pedro não se interessaria por ele. Comprei-o como um presente para mim mesma. A história da bela princesa que desperta a ira da deusa Afrodite e, depois de enfrentar os abismos da alma e a morte, acaba conquistando o coração de Eros não tem idade. Na versão de  Angela, ganha contornos ainda mais belos, com sua prosa e ilustração que criam uma atmosfera de sonho e fantasia, como pano de fundo para o enlace da alma com o amor. O li e guardei-o na estante do quarto dos meninos sem dividi-lo com o Pedro, que o rejeitou de imediato. Meses depois, há poucos dias, lendo para os dois à noite, peguei o livro e comecei a leitura que logo prendeu a atenção do meu mais velho. Contei a história no ritmo de sonho proposto pela autora e o Pedro a acompanhou interessado. Ao fim, ele disse apenas que a história era linda. Disse pouco e tudo. Assim, como Adélia Prado, em seu breve comentário na quarta capa do livro, disse: "Como é possível alguém perfurar um papel de fundo preto e me obrigar a dizer: é um céu estrelado". Assim é a fantasia proposta pela mitologia - imediata e profunda.

3 comentários:

Adriana Dias disse...

Parabéns pela poesia do seu post e pela beleza do seu blog!

Luciana Conti disse...

Oi, Adriana, que bom que você gostou. Volte sempre. bjs

CRISTINA SÁ disse...

LUCIANA,
Os deuses e a mitologia
grega também fizeram parte
da minha infância e me
fascinavam. Este livro
é encantador, assim como
o seu post.Foi muito
bom passar por aqui.
um bj
Cristina Sá
http://cristinasaliteraturainfantilejuvenil.blogspot.com