sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Gente boa do Brasil e da América Latina
Vale a pena colocar na agenda o colóquio que o Programa de Alfabetização e Leitura (Proale), da Faculdade de Educação da UFF, está promovendo em Niterói. No dia 4 e 5 de outubro, escritores e ilustradores brasileiros e latino americanos vão conversar sobre literatura para crianças e jovens leitores. Uma bela oportunidade de ouvir gente que faz boa literatura. Para quem se interessar, o Proale oferece também um curso de extensão para professores, Mais informações no site do programa.
sábado, 22 de setembro de 2012
Um tangolomando para falar da macacada
Os macacos sempre foram os meus bichos preferidos. Macaco pequeno, médio ou grande sempre me faz rir e sonhar com uma vida mais livre, em que eu possa pular de galho em galho, comendo para não morrer e me divertindo com o meu bando. Uma de minhas lembranças de criança envolve um mico danado, amarrado em uma coleira e vivendo em um poleiro de bar de estrada, que avançou nos meus cabelos em vez de pegar a batata frita que eu lhe oferecia. O susto foi grande, chorei como toda criança faria, mas guardei esta aventura em uma das gavetinhas de bons momentos do arquivo de minha memória. Essa afeição pelos primatas faz com que eu olhe com simpatia para todas as histórias que falam de macacos. Macacos contra jacarés, onças e jabutis garantem diversão e aulas de malandragem para toda a família. Imagina eles em um bando de dez, como quis a escritora Anna Flora em Cada macaco no seu galho? A história, que ganhou delicadas e bem humoradas ilustrações de Cláudio Martins e foi editada pela Formato, fica ainda mais divertida por ser um tangolomango. Eu também adoro tangolomangos, aquela brincadeira cantada que começa com 10 pessoas, bichos ou objetos e que, após tirar um a um, acaba com nenhum. Há muitas versões populares de tangolomangos, que outrora garantiram divertidas brincadeiras de criança, e autorais, que hoje dão belos livros ilustrados. São tantas que perco a conta. Aqui no GATO DE SOFÁ comentei pelo menos duas destas versões: a da Tatiana Belink, Os 10 sacizinhos, e da Graça Lima, Os 10 patinhos. Mas é sempre legal descobrir mais uma versão bacana, ainda mais quando se tem em casa um menino pré-escolar que se diverte contando dedos, batatas fritas e outras cositas até chegar ao infinito. E Cada macaco no seu galho, além de nos permitir os prazeres da matemática, traz ao fim da história um glossário com diversas espécies de primatas e um livro de brincadeiras para curtir ainda mais as divertidas ilustrações de Cláudio Martins e fazer a festa da criançada que gosta de uma tesoura. Na verdade, nem precisava. A história já garante festa boa, festa de macacada!
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Humor e fantasia na dose certa

terça-feira, 11 de setembro de 2012
O Antônio e sua paixão pelos cachorros
É certo que
cada leitor tem lá suas idiossincrasias. Eu, confesso, tenho várias. Mas para
mim é um mistério como elas surgem e se consolidam. O Antônio, meu caçula de
cinco anos, desde muito pequeno escolhe suas leituras. Seus critérios nem
sempre são estéticos ou temáticos. Um deles, muito claro, é geográfico. Ele
rejeita todos os livros vindos da estante maior de seu quarto, que ele
convencionou ser a do Pedro. "Mãe, você não sabe que eu não gosto de nada
desta prateleira?", me inquire com convicção. Ele só aceita livros da
estante mais baixa do quarto, instalada na época em que ele, bebê, não
alcançava a mais alta. Nunca imaginei, com isso, estar estabelecendo limites
para sua curiosidade. Minha estratégia tem sido, sem que ele veja, mudar os
livros de andar para que ele os aceite. Mas nem sempre isso funciona. O Antônio
parece adulto em vitrine de livraria. Ele implica com a capa, com o tipo de
letra da impressão, com o formato do livro, enfim, com critérios de seleção totalmente aleatórios. Desta severa triagem sobram alguns
preciosos livros que
ele recorre de tempos em tempos. Há poucos dias, ele recuperou na primeira
prateleira de sua estante a coleção do Bolinha, de Eric Hill, editada pela
Martins Fontes. Os livros ilustrados contam as travessuras de um cachorrinho, com a ajuda de abas que escondem seus amigos, objetos ou seus pais. Nesta
segunda temporada de Bolinha, um de seus prediletos quando ainda era pequetito, Antônio se divertiu muito. Se divertiu ouvindo as histórias,
abrindo as abas e "lendo" sozinho cada linha guardada na memória. Depois do Bolinha,
ressuscitou o Otto. Lindo cachorrinho, criado pelo californiano Tod Parr e editado pela Panda Books. Otto foi nossa leitura insistente por muito tempo,
o que fez o Antônio batizar com seu nome um cachorro de pano que herdou do irmão. Suas memórias caninas podem ter a ver com seu desejo de ter um cão, ultimamente alimentada, em seu imaginário, pela existência da Nikita, a cachorra da mulher de seu padrinho,
prometida a ele em uma brincadeira levada muito a sério. Diante disso tudo, não tive dúvidas quando vi nas livrarias Rita e Treco na praia, de Jean-Philippe Arrou-Vignod, editada pela Rocco Jovens Leitores. Comprei-o, certa de que tinha as qualidades necessárias para agradar o Antônio: falava de cachorros e contava uma história. Quando mostrei o livro, ele foi peremptório. "Não quero ouvir essa história. Não gosto dessa história." Foi, então, que decidi ignorá-lo e lê-la alto, sem dar bola a suas intervenções. Lá pela quinta página, ele já estava disfarçando e ouvindo as aventuras da menina Rita e de seu cachorro Treco. Não passou muito tempo para que pegasse o livro para apreciar as ilustrações de Olivier Tallec, que dão vida a Rita e Treco, em traços de cartum que lembram clássicos franceses, como Sempé. Fiquei feliz de ter acertado e, assim, conseguir ampliar a coleção de livros do meu caçula.
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