quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

O Ceat é um lugar para aterrar e para recriar o comum

Esse painel está no salão principal do castelo do Ceat, escola da vida dos meus filhos. O Pedro entrou lá com cinco anos e hoje é um homem bacana que leva pra vida o que viveu e aprendeu por lá. Aprendeu muito e não foi só matemática e português. Foi muito mais. Foi tanto que a festa de ex-alunos fez seu coração pular de alegria por quase uma semana. O Antônio chegou lá, dando os primeiros passos, com um ano e três meses e vai começar sua despedida do Ceat neste novo ano, antevendo, como me disse outro dia, a saudade que sentirá dessa escola tão acolhedora e importante na vida da nossa família. Saudade que não o impede de ansiar pelo futuro, que já chegou para o irmão. Não há como não amar o Ceat, essa escola que não tem medo de fazer a crítica ao que está aí ameaçando nossa paz e a existência do planeta, não apenas no discurso, mas no dia a dia de uma convivência que rema contra a maré da educação para o sucesso que tanto faz sofrer. Lá, ainda bem, se educa gente e não líderes. Uma escola que nos enche de esperança de que a dureza da vida que o capitalismo nos lega não será capaz de matar em nós o desejo de uma existência melhor no planeta, de um lugar para aterrar, como diria Bruno Latour, e recriar o comum. Esse ano é o último do Ceat em nossas vidas, mas tenho certeza de que o castelo será sempre habitado por gente feliz e inquieta, como as crianças desse mural que me enche de nostalgia. ❤️