sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A primeira visão do universo

Há 400 anos, Galileu Galilei usou pela primeira vez uma luneta. O instrumento permitiu que ele descobrisse as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vênus, os quatro grandes satélites de Júpiter, os anéis de Saturno e aglomerações de estrelas da Via Láctea. A luneta criada pelo cientista florentino levou o olhar do homem para o céu, inaugurando uma nova era na história da humanidade. Mas o preço de sua ousadia não foi barato. Galileu foi condenado por heresia pelo Tribunal da Inquisição, da Igreja Católica, por aderir à teoria do heliocentrismo, proposta por Copérnico. Ele, que foi obrigado a se retratar, também acreditava que o Sol era o centro do universo e não a Terra. Hoje, com instrumentos muito mais precisos e sofisticados, os cientistas podem conhecer detalhes de nosso universo. Aproveitando o Ano Internacional da Luneta, decretado pela Unesco, podemos apresentar aos nossos filhos este fascinante universo que encanta a todos nós, crianças ou adultos. Um bom começo é o livro O Sistema solar em terceira dimensão, da Todolivro. Ele nos apresenta belas fotos, em 3D, dos planetas e das luas do sistema solar e informações básicas sobre cada um deles. A leitiura fez com que o Pedro descobrisse a Lei da Gravidade ao duvidar que a Terra pudesse rodar em torno do Sol e de si mesma. "Se isso fosse possível, eu estaria balançando e estou parado", disse meu pequeno. Foi então que, com a ajuda do livro, do globo terrestre de seu quarto e de minhas noções básicas de física falei sobre a Lei da Gravidade. Acho que ele entendeu.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Uma vizinhança de futuro

Tem tempo que não atualizo o blog. Mais precisamente 11 dias. Acho que nunca fiquei tanto tempo longe, mas é que fevereiro é um mês complicado. Volta às aulas, aniversário do Pedro, carnaval - ah! meus dias de folia - e este sol de rachar o coco. Com tudo isso fica difícil arrumar tempo e concentração para fazer qualquer coisa que não seja trabalhar e cuidar da vida, aí incluído marido , filhos e casa. Ia até me esquecendo da casa, que dá um trabalhão. É supermercado, feira, empregada e muito mais. As vezes dá até saudades do tempo que era solteira e saracoteava por aí nas horas vagas com o Cadoca, hoje meu maridão. Foi impossível não lembrar destes dias ao ler o criativo Vizinho, Vizinha, da Companhia das Letrinhas, que meu filho trouxe da biblioteca da escola. O livro é uma criação de Roger Mello, com a participação luxuosa das ilustradores Graça Lima e Mariana Massarani. À Graça coube desenhar a Vizinha, à Mariana, o Vizinho, e ao Roger, o belíssimo corredor do prédio, além da criação dos textos. Os dois vizinhos solitários vivem suas rotinas separados apenas por um corredor e sonham com a possibilidade de um dia se encontrarem. O desejo do encontro, pensei eu com malícia, ignora o que pode lhes acontecer no futuro. Mas, na verdade, na verdade, a melhor coisa da vida são os encontros, apesar de seus futuros encargos. Viva a casa da Lu e do Cadoca, com crianças, gato, empregada e muita confusão.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Na Cocanha todos os desejos são satisfeitos

Quem não quer viver em um país onde todos seus desejos são satisfeitos? Desde a imortalidade até o ócio. Tudo perfeito! Nem tanto. Há quem morra de tédio nesta terra idealizada na frança medieval, que inspirou até os hippies dos anos 60. Esta terra nos é por Tatiana Belinky, uma bela autora de livros infantis, no Limeriques da Cocanha, editado pela Companhia das Letrinhas e ilustrado com inspiração por Jean-Claude Alphen. Os limeriques, como ela mesmo explica em verso, "são poeminhas/ Que sempre só têm cinco linhas./ Contando, rimados,/ Uns 'causos' gozados. Estórias bem piradinhas." Vale a pena lê-los em voz alta para a criançada e imaginar-se com tão boa vida, mesmo que, ao fim, você conclua como a poeta que a perfeição leva ao tédio. Enfim, desconforto é fundamental. Mas o difícil é uma criança achar isso. O Pedro, por exemplo, deleitou-se imaginando-se na Coconha. A Cocanha seria seu reino e, em seu castelo, haveria toda a sorte de bugigangas eletrônicas, como o Wi e game boy. Mas ele seria um rei generoso. Chamaria todos os mendigos do Rio para morar na Cocanha. Assim, eles teriam casa, comida e roupa lavada. A Cocanha para o Pedro é o paraíso, onde os pobres se tornam ricos e ele estaria no comando. Lugar melhor, não há.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Palavra Cantada é música boa

Hoje vou escrever para quem não conhece o grupo Palavra Cantada. Sei que a dupla Paulo Tatit e Sandra Peres já tem um enorme fã clube, mas sei também que há vários pais recentes que nunca ouviram falar na música maravilhosa que estes dois paulistanos fazem para nossos filhos. É música para criança, mas, repito o que disse do Rodapião, que adulto adora ouvir. Juro que isso não é clichê. Experimente ouvir os discos Meu neném ou Canções de Ninar sem contagiar-se pelas melodias e letras delicadas feitas para colocar nossos bebês para dormir. Já dormi muito embalada pelo Palavra Cantada. Mas fazer dormir não é o único objetivo do grupo, que conta com parcerias bacanas de Arnaldo Antunes, Ná Ozzetti e Hélio Ziskind. Tem música para todas as ocasiões. Meu disco favorito é o Pé com Pé, resultado de uma pesquisa sobre ritmos do Brasil. O CD tem dois discos, um instrumental e outro com as letras. Quem quiser pode apresentar suas crianças ao Palavra Cantada por meio dos DVDs de shows e maravilhosos clipes produzidos para a TV Cultura. Meu neném, o Antônio, não pode ouvir os primeiros acordes da já clássica Sopa do Neném para correr para frente da TV. Ele faz a festa, dança e bate palmas com Paulo Tatit e Sandra Peres. Além de ser diversão garantida, é música de qualidade para livrar nossas crianças das tolices comerciais que tanto se faz em nome delas. Se quiser saber mais, basta dar uma olhdada no site http://www.palavracantada.com.br/