sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Viva a casa dos beijinhos!

Tem tempo que não falo de livros para bebês. Pois bem, A casa dos beijinhos, de Cláudia Bielinsky, editada pela Companhia das Letrinhas, é uma boa pedida. O livro tem ilustrações super atraentes e interativas, convidando a criança a abrir as abas onde estão escondidos os textos. A história é singela como pedem os bebês. Neném é um cachorrinho que vai andando por todos os cômodos da casa, recusando beijinhos de vários bichos até encontrar seu irmãozinho e, por fim, os pais para os esperados e merecidos beijos. Como o livro é enorme (28cmX37cm) e impresso em papel cartão, suspeito que meu filho se sinta no teatro, quando o manuseia. É história para ser contada em voz alta, com o livro aberto no chão para permitir que o bebê brinque com ele. É livro também para irmãos brincarem juntos e para acabar em sessão de beijocas. Aqui em casa fazemos muitas guerras de beijos. O vencido é imobilizado e atacado por todos os outros com muitos beijos. Vale beijo de mãe, de pai, de marido, de mulher, de irmão ou de filho. Pois é, viva a casa dos beijinhos!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Três respostas para uma vida feliz


Assim que meu filho mais velho nasceu, decidi que ele ganharia um livro, além do brinquedo desejado, em todos os natais e aniversários. Era uma forma de fazê-lo entender que livro também é presente. Até aí, tudo bem. O problema começou quando fui eu, em seu primeiro Natal, escolher o livro para presenteá-lo. Entrei naquela livraria bacana em frente ao Cinema São Luiz e comecei a procurar. Foi que encontrei um lindo livro, com ilustrações e textos de Jon J Muth, baseado em uma história de Leon Tolstoi. Pensei com os meus botões: é esse! Foi então que comprei As três perguntas, da Editora Martins Fontes. Não preciso continuar a contar a história para dizer que errei. Errei feio. O livro é realmente lindo, belissimamente escrito e ilustrado, mas não é indicado para um bebê como era meu filho. É legal para um menino, como ele é hoje, que começa a encarar o desafio de pensar sobre o que é essencial à vida, como propõe a fábula de Tolstoi adaptada para crianças. As respostas às três perguntas tocam a todos: adultos e crianças.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Amar também os diferentes

É longo o debate sobre inclusão e convivência com diferentes em uma sociedade marcada pela lógica da exclusão e da intolerância com os desiguais. Educar nossos filhos para a tolerância deve ser nossa contribuição para o futuro. Por isso, nunca é demais apresentar à garotada livros com este compromisso. O problema é encontrar títulos que tenham compromisso também com a qualidade literária. José Roberto Torero conseguiu com o seu talento garantir as duas qualidades em O pequeno rei e o parque real, da Editora Objetiva. O protagonista, um reizinho lindo e loiro, com sua intolerância não quer admitir em seu parquinho nenhuma criança diferente dele. Ao perceber que ficara sozinho o reizinho tem duas opções: fechar o parque e brincar com sua imagem no espelho ou abrir os portões para todas as crianças brincarem e se divertir a valer. O final quem escolhe são os pequenos leitores que se encantam com o texto todo rimado de Torero e o colorido das ilustrações de Vinícius Vogel. O livro foi um belo presente que minha amiga Daniela Schubnel deu a meu filho mais velho, quando meu caçula nasceu. Valeu, Schuschu!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Seres mitológicos são sucesso garantido

Livros sobre seres mitólógicos e fantásticos são uma unanimidade. As crianças adoram ler sobre bruxas, fantasmas, lobos, unicórnios, centauros, mulas-sem-cabeça e outros seres que, ao mesmo tempo, as aterrorizam e as encantam. Por isso, é farta a literatura sobre estes seres. É preciso sentar no chão da livraria e escolher uns bem legais para apresentar para a garotada. Eu recomendo três: Bruxa, Bruxa, venha a minha festa, da Editora Brinque Book, Bichos que existem e que não existem, da Cosac Naify, e O grande livro dos seres fantásticos, da Editora Leitura. Eu sugiro que se apresente um de cada vez. O primeiro é um livro de belíssimas ilustrações, com pouco texto que recorre ao artifício da repetição muito comum nos livros para pequenos e apresenta personagens conhecidos desta faixa etária. O segundo, já pode ser apresentado a uma criança um pouco maior que possa se divertir brincando de advinhar se o bicho em questão existe ou não. O terceiro é legal para uma criança em fase de alfabetização que possa, ela mesmo, folhear o livro povoado de gnomos, quimeras, fadas, fenix e outros seres mitologicos. Vale a pena apostar na imaginação.

Uma prosa bem brasileira

A Onça e a Cabaça, de Daniela Chindler, é para ser contada em voz alta, no melhor clima de poesia de cordel. A narrativa de Daniela é bem brasileira, cheia de trava-línguas e onomatopeias que divertem a quem lê e a quem ouve sua história. O primeiro livro dela que me chegou às mãos foi A onça e a cabaça, da Editora Paulinas. A obra conta a história de um macaco abusado e imprudente que resolve bulir com uma onça. Tinha tudo para dar errado, mas o resultado é uma delícia. Além da prosa divertida e rica de Daniela, o pequeno leitor pode se deliciar com o traço vibrante da Mariana Massarani, que garante ainda mais humor ao duelo entre o macaco e a onça. Meu filho adora ouvir e eu adoro ler esta história, que ganhou o prêmio Acervo Básico FNLIJ - Criança, em 1998. Um livro que, com certeza, não fica velho e vai sempre render boas, repetidas e muito divertidas leituras para quem entrar no barato da autora, que bebeu lá na fonte das histórias populares brasileiras para criar a sua A onça e a cabaça. 

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Grandes autores para pequenos leitores

A chuva que caiu ontem no Rio, alagando e engarrafando a cidade, me levou à Livraria Arlequim, no Paço Imperial, no Centro, para fazer hora. Não é que tive uma grata surpresa ao fuçar as estantes um tanto bagunçadas da casa? O belo livro Os encontros de um caracol aventureiro e outros poemas, de Federico García Lorca, da Editora Ática, editado especialmente para crianças. Os poemas foram selecionados e traduzidos pelo nosso poeta e ensaísta José Paulo Paes e ilustrados pelo premiado Odilon Moraes. No poema que dá nome ao livro, Lorca usa um diálogo entre rãs, formigas e um caracol para abordar temas sempre atuais, como a eternidade, a tolerância e o poder. A leitura é gostosa e, por meio dela, podemos apresentar o grande autor espanhol para nossos pequenos leitores. E, como a edição é bilíngüe, quem quiser pode ler os poemas no original.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Brincar no Museu do Índio

Visitar o Museu do Índio, na Rua das Palmeiras, em Botafogo, é sempre um bom programa. Mas agora, em novembro, ele pode ficar ainda mais divertido com o Jogo da Onça, uma brincadeira comum em Mato Grosso, em que os cachorros têm que encurralar a onça. O museu preparou um tabuleiro no chão para a criançada e os adultos brincarem de onça e cachorro. Quem quiser mais informações pode entrar no site do museu pelo endereço http://www.museudoindio.org.br/template_01/default.asp?ID_S=5&ID_M=516.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Misturando histórias

Bela surpresa tive com este livro de pop-up. Mistura de Monstros, da Ciranda Cultural, foge à obviedade do gênero e nos propõe uma divertida brincadeira: a de misturar as páginas do livro - cortadas ao meio - e assim ganhar novas possibilidades de ilustrações e de histórias. Os montros ganham os olhos de um e a boca do outro e assim novas criaturas vão surgindo, até a criança cansar de misturar as páginas. O legal é que os textos são escritos de maneira a fazer sentido se lidos fora da ordem inicial.

sábado, 8 de novembro de 2008

Contos para adultos incorformados

Confesso que nunca ouvira falar em Jacques Prévert até depararme com o instigante título Contos para crianças impossíveis, uma tradução da Cosac Naify. Mãe de uma criança impossível e apaixonada por histórias, resolvi comprar o livro ilustrado pelo brasileiro Fernando Vilela. Ao ler a apresentação do filósofo José Arthur Giannotti percebi de imediato que o livro não era exatamente para uma criança, mas para adolescentes e adultos incorformados. Isso mesmo. Jacques Prévert faz um manifesto contra o antropocentrismo que fez o homem destruir e dominar a natureza. Seu discurso é a favor da natureza, mas não foi escrito na recente onda do crescimento sustentável. Ele é um dos expoentes da literatura francesa do pós-guerra - sua primeira obra Paroles foi publicada em 1945 - e fala o francês do povo. Sua verve é libertária e questiona o modelo que nos fez senhores do mundo. Seu manifesto me encantou. Com certeza vou procurar para ler suas outras obras publicadas no Brasil: Dia de folga, da Cosac Naify, Carta das Ilhas Andarilhas, da 24 Letras, e Poemas, da Nova Fronteira.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Educando gente bacana

Vale a pena acompanhar o blog da psicóloga Rosely Sayão. O diálogo com ela é bem legal para nos ajudar na difícil tarefa de educar nossos filhos. Ela fala sobre educação com uma ótica humanista, que foge da visão atual de que temos que criar profissionais para o mercado e aposta na complexidade dos seres humanos com seus defeitos e qualidades. Para ler basta acessar http://blogdaroselysayao.blog.uol.com.br/

domingo, 2 de novembro de 2008

Livros moderninhos causam polêmica

Duas editoras suecas estão criando polêmica com a edição de livros infantis em que meninos e meninas vivem papéis trocados e têm famílias nada tradicionais. Leia mais em http://criancas.uol.com.br/novidades/bbc/ult4551u108.jhtm