quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Surpresas na noite escura

Na noite escura, do designer Bruno Munari, editado pela Cosac Naify, me chegou como um presente da professora de literatura e escritora Ninfa Parreiras, que coordena o grupo de estudos de livros infanto-juvenis da Estação das Letras, do qual faço parte, para eu ler para meu filho. Assim que cheguei em casa abri o livro para ele. Pedro sentou-se ao meu lado e se divertiu explorando página por página e cada uma das texturas de papel em que o livro foi publicado. Ele adorou a história do gato em busca de uma luzinha perdida na noite, que encontra o dia e, ao seguir uma formiga,  reencontra a noite. Pedro entendeu melhor do que eu a obra, publicada pela primeira vez na Itália, em 1956, como parte da experiência dos livros-ilegíveis, que se trata, segundo o próprio Munari,  de "livros sem palavras mas com imagens abstratas que se transformam virando as páginas, como fotogramas de um filme". Pedro se encantou com os vagalumes, que funcionam como uma saída para o absoluto da noite, e leu o livro com a imaginação. Eu talvez não tenha conseguido me desligar da minha condição de adulta, racional e excessivamente verbal para curtir mais o livro de Munari, um autor que, como as crianças, pensa com a imaginação.

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