sábado, 21 de março de 2009

Será que é mesmo um ratinho?

Sei que falo pouco de livros para pequenos. Sei disso porque sinto falta do meu pequeno Antônio no blog. Mas confesso que tenho questões com os livros destinados aos bebês. O fato de eles não aguentarem ouvir histórias com muito texto, não justifica que a maior parte dos livros para esta faixa etária seja desprovida de significado. O sentido não necessariamente se dá pelo texto, mas por sua riqueza simbólica. Isto a maior parte dos atuais livros não tem. A pobreza simbólica é que me faz refletir todas as vezes que vou a uma livraria, se o Antônio precisa mesmo de mais um livro. Mais um livro-brinquedo, mais um livro de texturas, mais um livro de pop-ups, mais um livro de sons, mais um livro de belas ilustrações, mais um livro sem significado algum... Ter muitos destes livros é igual a ter um quarto cheio de brinquedos que não acrescentam nada à vida das crianças. Por isso, mexo e remexo as prateleiras e, muitas vezes, saio de mãos abanando, me preparando para reler algum livro que ele já tem. Mas quando encontro um belo livro, fico muito feliz em poder oferecê-lo ao Antônio. Foi assim que me senti hoje ao entregar para meu bebê É um ratinho?, do ilustrador/autor belga Guido Van Genechten, pela Gaudí Editorial. A obra é belíssima, sem ter nenhuma linha de texto. O livro é um cartão que se dobra várias vezes. A criança ao desdobrá-lo vai surpreendendo-se com a transformação de um bicho em outro. Será que é mesmo um ratinho? Vale a pena entrar nesta brincadeira. E quem quiser mais, tem os outros títulos É uma rã?, É um caracol? e É um gato?.

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