segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Um livro lido em dois tempos

Bichos que existem e que não existem, de Arthur Nestrovski, ilustrado por Maria Eugênia e editado pela Cosac & Naify, está no segundo tempo aqui em casa. A primeira vez que o li foi para o Pedro, quando ele tinha cinco anos, e ficamos encantados com o jogo de fantasia/realidade proposto pelo autor. Lemos o livro muitas e incontáveis vezes, o Pedro cresceu e ele ficou esquecido na estante até que o Antônio começasse a me perguntar a toda hora se os seres de suas fantasias e filmes existem na realidade. Foram tantas perguntas como, "lobisomem não existe de verdade, né mãe?", que me lembrei do livro de Nestrovski. O resgatei da estante e propus a brincadeira para o Antônio, que está se encaminhando para os cinco anos. Pra quê? Agora ele pede o livro quase todos os dias e se diverte muito tentando adivinhar o que existe e o que não existe. Fiquei surpresa ao ver que ele acertou quase todos os bichos da fantasia e da realidade, apesar de não dar muita bola para o mundo animal. Isso é mais um sinal de que meu menino está saindo daquele mundo maravilhoso em que vivem as crianças pequenas e está começando a discernir realidade de fantasia. O Pedro, em sua vez, aproveitava o livro como mais uma forma de contato com os bichos, que tanto o fascinavam. A memória do livro era boa, tanto que acompanhou com prazer a primeira leitura feita para o Antônio. Essas descobertas e diferenças entre irmãos fazem parte da alegria de ter um segundo filho. A gente ganha uma chance de ver a história de um ângulo totalmente diferente. A dos livros e da vida. Vale cada noite mal dormida.

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